NPA: Barrar a extrema direita, fortalecer a esquerda unida e militante
Publicado pelo Novo Partido Anticapitalista da França (NPA) em 01 de julho de 2024.
As eleições legislativas acabam de confirmar o perigo assustador da extrema direita, que obteve pontuações historicamente elevadas no domingo.
O perigo do neofascismo está crescendo
Os resultados alarmantes da RN são a combinação do desenvolvimento do nacionalismo e do racismo em certos segmentos da população e o apoio cada vez mais significativo das classes dominantes à extrema-direita, apoio amplamente retransmitido por parte dos meios de comunicação. Ao mesmo tempo, os direitos estão colapsando, em particular pelos ataques muito significativos de Macron e das suas políticas. A chegada ao poder da RN e dos seus aliados e apoiadores tornou-se viável, e o perigo do neofascismo aumenta mais na França...
A ascensão da esquerda em torno da Nova Frente Popular é a única boa notícia deste primeiro turno. Sua votação expressiva é, acima de tudo, o resultado de uma unidade que colocou centenas de milhares de pessoas em movimento para se manifestarem e fazerem campanha. Nesse momento, esta resposta não é suficientemente forte para compensar a perigosa pressão da extrema direita, na sequência de uma campanha de acusações caluniosas sobre anti-semitismo, mas também das dúvidas produzidas por derrotas sociais acumuladas e pela unidade minada por conflitos internos à esquerda.
Impedir que a RN chegue ao poder
Nos próximos dias, precisamos de uma explosão popular contra a perigosa onda da extrema direita, para construir mobilizações antifascistas e manifestações o mais massivas possíveis.
Quanto ao segundo turno no próximo domingo, sabemos que, aconteça o que acontecer, precisaremos de um bloco sólido de esquerdas sociais e políticas para resistir. Sempre que reunidas as condições para conquistar posições, é, portanto, necessário confirmar e ampliar os votos da primeira volta a favor da Nova Frente Popular e dos seus aliados.
O principal desafio do segundo turno continua sendo evitar que a extrema direita chegue ao poder em poucos dias, um objetivo essencial para o nosso campo social. Sabemos que a política defendida ou implementada pela direita, em particular pelo macronismo no poder, contribuiu largamente para abrir caminho à RN, ao assimilar parte de seu programa e ajudar a conferir-lhe legitimidade. Porém, entre dois perigos, devemos primeiro fazer de tudo para eliminar o mais importante e o mais imediato. Também tendo em conta os interesses diretos das populações de origem imigrante, de todo o mundo do trabalho, da defesa dos direitos e das liberdades públicas, é imperativo neste domingo vencer a RN, os seus aliados e os seus apoiadores, de preferência com uma boa esquerda.
Mantermo-nos mobilizados, todos juntos!
Para além do segundo turno, o que foi construído no bojo desta campanha, uma esquerda unida e militante, deve seguir: reforçar um programa de ruptura, nutrir-se e alimentar as mobilizações mais necessárias do que nunca, permitir que o maior número permaneça organizado para além destas eleições.
Para fazer isso, devemos fortalecer a unidade de ação de toda a esquerda, da base ao topo. Estarmos juntos e lutarmos lado a lado: nos manifestar contra a extrema direita e nos defender dos ataques de pequenos grupos fascistas, resistir às medidas anti-sociais, discriminatórias ou autoritárias, à violência policial e racista, à violência sexista e sexual, defender o aumento de salários e benefícios sociais, o regresso à aposentadoria plena com 60 anos, dar vida à solidariedade internacionalista e anticolonialista a Palestina, a Ucrânia ou Kanaky e, em geral, a todos os povos vítimas do imperialismo francês. É mobilizando, todos juntos, que poderemos mudar a vida.
A responsabilidade da Nova Frente Popular, de todas as organizações da luta sindical e associativa da esquerda, é enorme no próximo período. Nas urnas e nas ruas, vencer a RN, voltar ao caminho das lutas pelo progresso social, pelo planeta, por outra sociedade!
*Publicação original: https://npa-lanticapitaliste.org/agir/politique/stopper-lextreme-droite-renforcer-la-gauche-unie-et-militante.